quarta-feira, 4 de maio de 2011

Deus é Quem se Compadece?


Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.Romanos 9:16

A mensagem predominante do capítulo 9 de Romanos é a absoluta soberania de Deus sobre a salvação. “A salvação pertence ao Senhor”

No verso 15 lemos uma declaração clara e solene e de grande aceitação – “Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” Declaração que atesta que a salvação pertence ao Senhor, e não as vontades dos homens mas sim pertencendo ao Senhor chamar a quem Lhe compadece sem haver qualquer mérito ou obras por parte dos homens.

Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)Romanos 9:11 então “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.Romanos 9:16

A verdade da soberania de Deus em chamar aqueles a quem Lhe compadece para a salvação; e em mostrar misericórdia a quem Deus compadece; em mostrar compaixão a quem Deus tiver compaixão não são todos estes factores revelados no verso 11? Claro que sim a quem tiver olhos para ver e for honesto naquilo que lê”para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chamaRomanos 9:11. Deus tem um povo do qual Ele elegeu para a salvação, um povo que Deus escolheu em Cristo “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;Efésios 1:4 tendo os predestinados “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,Efésios 1:5. São a estes que Deus mostra misericórdia, revela a sua compaixão e lhes dá graça. Porque a salvação não depende sobre o fraco e corrupto que constantemente altera a sua vontade consoante a mudança dos ventos mas sim pela eterna vontade e propósito de Deus “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmoEfésios 1:9.

Quantas vezes se repetem as escrituras sobre esta verdade. Como as escrituras revelam claramente o contraste entre a decadência da vontade do homem, seus desejos e interesses para com a soberana vontade e propósito de Deus. A vontade do homem está sempre em desacordo, sempre em oposição para com a vontade de Deus e a Sua graça. Esta oposição nasce no coração dos homens que estão “mortos em ofensas e pecados” (Efésios 2:1), que andam neste mundo segundo o curso do espírito das crianças da desobediência de acordo com e “segundo o príncipe das potestades do ar ” nas voluptuosidades e desejos da carne, sobre os “desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos;” Efésios 2:3.

Como podem estes seguir o Deus que as escrituras revelam? Não podem nem querem. Mas em contraste Deus no prazer da Sua boa vontade tem propositado desde eternidade mostrar misericórdia e compaixão para aqueles que não o procuravam para aqueles que não tinham vontade nem forca para correr para Deus. Para esses quando ensinados sobre as suas condições perante Deus quando vêem o seu pecado e a depravação do coração quando acordados para a eterna consequência das suas rebeldias contra Deus poderiam e podem somente atirar-se sobre a misericórdia e compaixão de Deus. São estes que Deus proporcionou salvar – aqueles que Deus tinha escolhido em Cristo para a salvação aqueles que Deus propôs mostrar misericórdia e são a esses que Deus ensina neste tempo finito na altura que eles mais necessitam de misericórdia.

No capítulo 9 de Romanos lemos a fixa proposição da verdade sobre a soberania de Deus na consideração á posição de ambos os Judeus e Gentios e a sua relação para com a promessa de Deus.

Deus desde do princípio dos tempos teve sempre um povo neste mundo separado do resto da humanidade. A nação de Israel foi escolhida por Deus como um povo separado dos outros do qual Deus mostrou grande misericórdia, dando-lhes as promessas, o ofício de santo sacerdócio e as escrituras. Esta relação entre Deus e Israel mostra-se claramente como uma imagem da soberania de Deus para com a salvação por eleição e o Seu fixo propósito. Deus sempre fez uma distinção entre uns e outros, escolhendo uns para a salvação e outros para a destruição. Mas este capítulo mostra que a nação física de Israel é simplesmente uma figura e tipo daquilo que haveria de vir. O propósito eterno de Deus em eleição por graça é proposto e fixo não para com uma nação física mas sim a uma que é espiritual. Não para aqueles que nascem da carne mas sim para aqueles que nascem do Espírito. Aqueles que Deus salva são escolhidos tanto dos Judeus como dos Gentios formando assim uma verdadeira nação espiritual; a Israel de Deus do qual a antiga Israel foi nada mais do que uma figura, “Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.Romanos 9:6-8.

Eis o porquê do capítulo ter sido considerado para ambos aqueles que Deus mostra misericórdia e para todos aqueles que Deus endurece no pecado – aqueles que Deus eleva como recipientes de misericórdia para mostrar a Sua gloria e aqueles que são declarados como recipientes de fúria a fim de demonstrar o Seu poder no julgamento – segue-se em conclusão que Deus tem um povo chamado entre ambos os Judeus e Gentios que “que para glória já dantes preparou” para os quais Deus mostra a Sua misericórdia. Estes são o povo de Deus, a verdadeira Israel de Deus, “Aí serão chamados filhos do Deus vivo“.

E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo.Romanos 9:22-26

Mas esta verdade sobre a soberania de Deus sobre a Sua divina vontade em nomeação para a salvação não é uma que cai bem para com o homem natural. Por natureza nós objectamos. Por natureza temos uma grande admiração de nós mesmos, sobre as nossas habilidades e vontades. Por natureza nós sentimos que temos o direito de escolher os nossos destinos. A salvação que tem origem na vontade de Deus e não pelas nossas vontades, nos leva a considerar como injusta. Mas a realidade é esta; por natureza nós nunca recebemos as coisas de Deus, “Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.” (Romanos 3:11) as nossas vontades não são exprimidas em desejar Deus ou a Sua salvação. Na nossa depravação com o endurecimento do nosso coração acabamos simplesmente em abanar os nossos punhos ao Criador em acusações. Mas Deus tem uma resposta para estas acusações, “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? ” Romanos 9:20-21

Homem nenhum por natureza reage bem a verdade sobre a soberania de Deus. E isto porque “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. ” (Romanos 8:7), porque “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1 Coríntios 2:14). Excepto Deus nos revele estas verdades através do trabalho e obra do Espírito Santo estas verdades permanecerão para connosco como loucura e para sempre permaneceremos em aposição.

Mas a verdade é esta; se não fosse pela farta misericórdia de Deus, pela Sua imerecida compaixão para com o Seu povo que o não procurava, pois todos se viram contra Deus procurando as suas felicidades a custa de Deus, vivendo em rebeldia pelos desejos da carne procurando as suas mesmas glórias, procurando obter poder e aprovações deste mundo e dos homens enclausurados nas profundezas do pecado, se não fosse pela misericórdia de Deus para com estes ninguém seria salvo.

Mesmo assim Deus na Sua glória e na Sua infinita misericórdia escolheu um povo em Cristo do qual Ele os chama entre muitos e de varias raças, judeus e Gentios, homem e mulher para serem vasos de misericórdia do qual por Ele foram salvos através do sangue e morte do Seu Filho Jesus Cristo, e Cristo por Sua vez os amou e deu a Sua vida por eles. Ó que amor por pecadores escolhidos por Deus na eterna aliança que foi feita antes de o mundo ter sido criado. Tudo em Cristo para Cristo. Se não fosse por este amor e por o propósito de Deus em eleição e da imutável vontade de Deus em salvar Israel ninguém seria salvo. Porque a salvação pertence ao SENHOR, porque Deus é soberano na salvação, porque Deus será misericordioso a quem Lhe compadece salvar tornando-se assim indubitável e certa a salvação para todos aqueles do qual Cristo sofreu e morreu. Por todos aqueles que se encontravam em Cristo no madeiro por todos aqueles que Cristo comprou com o derrame do Seu Santo sangue.

E quando estes pecadores que são conduzidos pelo Espírito de Deus a ver a revelação do amor e misericórdia de Deus para com eles, sentindo a aplicação dessa mesma misericórdia no interior dos seus corações aí sim e somente após desse trabalho poderão ver a verdade que Deus é soberano na salvação e que é pela vontade de Deus, e que foi Deus que os procurou a fim de os salvar; não sendo algo que se tenha de se resistir mas sim algo para se alegrarem, algo de se gloriar, algo que os irá levar a dar louvor ao Nome do SENHOR para sempre.

Ian Potts

Fonte: evangelhodedeus

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