segunda-feira, 25 de julho de 2011

O PT e a revolução


O Brasil está condenado a viver os próximos anos sob o poder imperial das forças esquerdistas.

Vivemos a hegemonia completa da ideologia esquerdista em toda a estrutura de poder no Brasil. Minas e São Paulo estão nas mãos de PSDB. Pernambuco e Ceará e outros estados do PSB. Mas o eixo principal do poder está com o PT, que é a força preponderante por dominar a Presidência da República.

O PT é o grande herdeiro do Partidão e, de certa maneira, deu continuidade à sua ação política, agora optando de forma clara para luta institucional. Nesse processo consolidou-se a chamada revolução gramsciana, pela qual as forças de esquerda ganham as eleições antes mesmo de os eleitores irem às urnas. A imprensa, o material didático das escolas fundamentais, as cátedras universitárias e mesmo o processo de treinamento das grandes organizações empresariais pregam diuturnamente a agenda esquerdista. Dessa forma, vimos minguar e finalmente desaparecerem as forças de direita, que não mais dispõem de quadros intelectuais e nem de instrumentos para passar sua mensagem ao eleitorado.

O PT reina sozinho, auxiliado por suas sub-legendas, como o PSB, o PDT, o PCdoB, o PSOL. O PSDB e o PPS disputam o mesmo campo ideológico e posam de oposição, fingida, pois assim vedam o espaço para que uma verdadeira oposição possa surgir. O PT é o auge dessa revolução que se consolidou e parece não haver adversário que possa fazer a reversão. O Brasil está condenado a viver os próximos anos sob o poder imperial das forças esquerdistas, que tomaram de assalto o poder de Estado.

O discurso ético do PT é mera propaganda eleitoral. A crônica dos últimos anos mostrou que o partido jamais foi ético, suas figuras de proa foram todas afundadas no mar de lama da corrupção graúda. A própria Dilma Rousseff por pouco escapou do escândalo em torno de Erenice Guerra e veio a ser presidente pela simples falta de opção de nomes.

Justiça social na boca dos militantes petistas sempre foi palavra de ordem revolucionária e reproduzir em editorial a expressão, sem a devida qualificação, não passa de expediente de ampliação da propaganda revolucionária.

Dizer que o PT contribuiu para melhorar o país é ignorar as mazelas que este partido trouxe, como a prática da compra de votos dos grotões por meio de bolsas, a tolerância com a ação criminosa e revolucionária do MST, o alinhamento com a forças mais retrógradas e sombrias do cenário mundial (Chávez, Ahmadinejad, China), a proximidade com forças que controlam o crime organizado. Se progresso econômico houve no período ele veio a despeito do PT no poder, resultado de uma circunstância favorável no cenário internacional e do inato empreendedorismo do povo brasileiro.

A política construída pela hegemonia do PT foi um retrocesso que fez retornar práticas dos tempos da República Velha. Não ao acaso que o PMDB - sigla que é sinônimo de puro fisiologismo - encontrou nos petistas os aliados ideais para as suas práticas nefandas. No reino do mensalão não há distinção entre o PT e o PMDB.

O PT sempre foi o instrumento para uma única coisa: levar seu grupo dirigente ao centro de poder. Foi altamente bem sucedido. Todo o discurso político do PT era apenas "para se eleger". Um editorialista de política não poderia deixar-se iludir por palavras de ordem.

O partido de fato transformou o país, ao fazê-lo seu curral eleitoral e ao criar mecanismos de auto-perpetuação. Essa era a única transformação política possível e a única de fato desejada pelos seus dirigentes. Aqueles que se desligaram da sigla ou eram auto-iludidos ou não estavam no núcleo duro dos dirigentes revolucionários. Foram úteis para formar siglas que são agora linhas auxiliares da hegemonia petista e ficam de reserva para um eventual (e improvável) fracasso eleitoral do PT. A famosa estratégia das tesouras tão bem descrita por Olavo de Carvalho.

Na grande imprensa brasileira não se levantou nenhuma voz alertando para os perigos imediatos que representa essa hegemonia petista. A tentação autoritária pode acontecer a qualquer momento. O único fio que separa o PT de um esquema de governar por decreto é que o Partido não tem maioria qualificada no Senado e seu aliado PMDB sabe que só sobreviverá politicamente se impedir o ímpeto hegemônico e bonapartista do PT. É muito pouco, é muito frágil. Minha própria visão é de que a democracia corre perigo por falta de uma verdadeira oposição ideológica. Mais fácil o PT escalar o degrau do autoritarismo do que forças de oposição serem consolidadas para lhe dar combate.

Nivaldo Cordeiro - Texto Editado

Midia Sem Máscara

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