sábado, 15 de maio de 2010

A História de Daniel


Estudo escrito pelo Pr. Norton L. Lenzi e apresentado como um workshop no Renovão da grande Porto Alegre, ocorrido no inà cio de Fevereiro.
Tenho sonhado e desejado que Deus levante, em nosso tempo, jovens comprometidos com o Senhor. Jovens que estão dispostos a perder as suas vidas para receber e viver a vida de Deus. Jovens que sonham em chegar mais longe e mais alto do que qualquer um já foi. Creio que Deus ainda procura filhos que não tenham medo de falar a verdade, que não tenham medo da indiferençaa ou perseguição. Acredito que Deus encontrará em nosso tempo homens como Davi, Elias, Isaí as, Josué e Daniel. O grande segredo destes homens foi desprezar os prazeres deste mundo para fazer a vontade de Deus.
Por exemplo: a história de Daniel desafia-nos a viver um novo tempo com o Senhor. É uma das mais
intrigantes e desafiadoras mensagens de Deus para o seu povo, através de fatos que aconteceram na vida de um escravo. Depois que Deus ficou realmente "cansado" com o pecado de Israel, Ele permitiu a entrada do rei Nabucodonosor em Jerusalém. Este levou consigo para a Babilônia muitos jovens escravos. Jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruí dos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e lí ngua dos caldeus (Dn 1.4). Entre eles se achavam da tribo de Judá, Daniel, Hananias, Misael, Azarias.
Daniel, sem duvida, é o protagonista desta história, e não é difà cil entender por que ele se tornou tão à ntimo de Deus. Quatro jovens foram arrancados de suas casas, tirados do conforto dos seus lares, impedidos de viverem com as pessoas que mais amavam. Foram levados como escravos a uma terra desconhecida, longe de qualquer possibilidade de viver uma vida normal. Apesar de se tornarem escravos, o rei mandou servir a eles as melhores comidas e bebidas do reino. Daniel decidiu rejeitar os manjares do rei para não se contaminar, de acordo com os preceitos levà ticos. Foram três anos de consagração ao Senhor, comendo legumes e bebendo água.
Daniel era descendente da famí lia real de Judá, ou pelo menos da alta nobreza dessa nação (Dn1.3). Ele tinha entre doze e dezesseis anos de idade quando foi levado à Babilônia. Ele e seus amigos foram forçados a entrar no serviçoo da corte real babilônica. Apesar de tanta luta e decepção, Deus estava com eles, e estava honrando seus esforços para manter aceso o fogo que ardia em seus corações. No versí culo 17 do capitulo 1 de Daniel, vemos que Deus conferiu aos quatro jovens o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria, mas a Daniel deu inteligência de todas a visões e sonhos.
1a. verdade espiritual: Sempre que abrimos mão de algo terreno que está relacionado com a nossa carne ou ao mundo, Deus nos recompensa infinitamente mais com presentes espirituais. Daniel e seus três amigos trocaram o conforto, as delí cias do palácio, as mordomias que poderiam usufruir pela presençaa do Senhor. E receberem de Deus um presente que só Ele poderia dar: dons, sabedoria, inteligência, conhecimento. O próprio rei reconheceu que sobre a terra não havia homens tão inteligentes e sábios quanto eles. Foram achados 10 vezes mais doutos em toda sabedoria e inteligência que todos os magos e encantadores que haviam no reino babilõnico.
2a. verdade espiritual: Mesmo que as circunstâncias mostrem ao contrário Deus não me abandonou. A situação de Daniel não era nada boa. Estava longe de seus pais, tornou-se um escravo. Mesmo assim, decidiu confiar em Deus. Na verdade, não havia nenhum indicativo que Deus estava "nesse negócio". Temos que aprender que Deus não se deixa levar pelas circunstâncias como nós. Não importa se nascemos ou morremos Deus é Deus, se temos saúde ou enfermidade Deus é Deus, se as lutas chegam até nós, Deus continua sendo Deus. Temos que ter a consciência que o Deus de toda eternidade está no controle de todas as coisas. Sempre que optamos crer em Deus a possibilidade de decepção é inexistente.
3a. verdade espiritual: Mesmo fazendo a vontade de Deus, as lutas e provas continuam. Os amigos de Daniel foram lançaados na fornalha ardente por não se dobrarem ao deus babilônico. Daniel foi lançado na cova dos leões por orar ao Senhor dos Senhores. É bem provável que quando optamos em servir ao Senhor as provações estejam apenas começando. (Tg 1.2-4). Vemos muitas pessoas reclamando, murmurando a respeito das adversidades que tem passado, como se tivessem o direito de exigir do Senhor o término da provação simplesmente por confiarem Nele. O poder de dizer o sim e o não está na boca do Senhor. Creio que não devemos pedir a Deus que faça cessar a prova, mas devemos pedir para que nos ajude a passar por ela. Enquanto durar a prova nossa atitude deve ser glorificar ao nome do senhor Jesus.
Confie no Senhor, mesmo que todos sejam injustos com você, mesmo que o mundo te odeie, mesmo que não haja em quem se possa confiar, o Senhor te ama e vai fazer de você um vitorioso.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Calar por amor ou falar por causa da verdade?

- Norbert Lieth -

Quem se cala diante do pecado, da injustiça e de falsas doutrinas não ama de verdade. A Bíblia diz que o amor "...não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade" (1 Co 13.6). Deveríamos orar muito por sabedoria e, com amor ainda maior, chamar a atenção para a verdade e não tolerar a injustiça.

Ao estar em jogo a verdade, Estevão argumentou, mas sempre em amor a seu povo e com temor diante da verdade em Cristo. O apóstolo Paulo estava disposto a ser considerado maldito por amor ao seu povo, mas não cedia um milímetro quando se tratava da verdade em Cristo. Jesus amou como nenhum outro sobre a terra, mas assim mesmo pronunciou duras palavras de ameaça contra o povo incrédulo, que seguia mais as tradições e as próprias leis do que a Palavra de Deus. O Dr. John Charles Ryle, bispo anglicano de Liverpool que viveu de 1816 a 1900, certa vez disse assim:

Controvérsias religiosas são desagradáveis

Já é extremamente difícil vencer o diabo, o mundo e a carne sem ainda enfrentar conflitos internos no próprio arraial. Mas pior do que discutir é tolerar falsas doutrinas sem protesto e sem contestação. A Reforma Protestante só foi vitoriosa porque houve discussões. Se fosse correta a opinião de certas pessoas que amam a paz acima de tudo, nunca teríamos tido a Reforma. Por amor à paz deveríamos adorar a virgem Maria e nos curvar diante de imagens e relíquias até o dia de hoje. O apóstolo Paulo foi a personalidade mais agitadora em todo o livro de Atos, e por isso foi espancado com varas, apedrejado e deixado como morto, acorrentado e lançado na prisão, arrastado diante das autoridades, e só por pouco escapou de uma tentativa de assassinato. Suas convicções eram tão decididas que os judeus incrédulos de Tessalônica se queixaram: "Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui" (At 17.6). Deus tenha misericórdia dos pastores cujo alvo principal é o crescimento das suas organizações e a manutenção da paz e da harmonia. Eles até poderão fugir das polêmicas, mas não escaparão do tribunal de Cristo. (de: "Alle Wege führen nach Rom")

segunda-feira, 3 de maio de 2010

EM BUSCA DE IDEAIS

Não é necessário ser um teólogo para perceber que nos convertemos em 3 níveis: 1) o mais elementar acontece quando nos convertemos dos falsos deuses ao Deus verdadeiro; 2) o seguinte é quando nos convertemos do nosso egoísmo ao senhorio de Cristo e entregamos as rédeas de nossa vida nas mãos de Deus, é um nível mais digno, quando já não sou eu mais que vivo, mas Cristo vive em mim. 3) o nível mais nobre de nossa conversão acontece quando nos convertemos a causa de Cristo. Somente então ele passa a ser realmente a razão do nosso viver. Abraçar o ideal de Cristo é o que nos motiva a vencer os períodos de depressão, a tentação da carne e o egoísmo.
Alguém já disse que os ideais são como estrelas: “não podemos tocá-las, mas assim como os navegantes dos mares, podemos escolhe-las como guias, e segui-las”. Meu desejo é que você abrace a causa de Cristo com o mesmo ardor e a mesma determinação com que abraçaram homens como Josué, que trilharam a senda do evangelho com determinação e graça. Quero compartilhar algumas verdade que fui motivado a escrever ao reler alguns textos do Pr. Ricardo Gondim. Nosso texto base é Josué 1.1-9.
1. QUANDO ABRAÇAMOS A CAUSA DO REINO, ASSUMIMOS O NOSSO PAPEL HISTÓRICOMoisés morreu. Alguém precisa substituí-lo, tomar o bastão e seguir adiante. Precisa ser alguém que esteja disposto a exercer o seu papel histórico.
Hoje, talvez mais do que nunca, o mundo precisa de uma igreja que assuma o seu papel histórico. Uma igreja que não esteja em busca apenas de bênçãos temporais, mas que esteja levantando os olhos para as nações que precisam ser alcançadas por Jesus Cristo.
Deus está procurando homens e mulheres que queiram assumir as suas responsabilidades no seu contexto histórico e que tomem o firme propósito de não permitirem que os anos passem, virem décadas e que as décadas passem por sua vida enquanto eternamente se prometem que um dia levarão as coisas de Deus a sério.
2. QUANDO ABRAÇAMOS A CAUSA DO REINO, AS FRONTEIRAS DOS NOSSOS SONHOS DEIXAM DE SER MEDÍOCRES
Após dizer a Josué que chegara a hora de assumir seu papel histórico, Deus promete alargar as fronteiras dos seus sonhos: “Como prometi a Moisés, todo lugar onde puserem as plantas dos vossos pés eu darei a vocês. Seu território se estenderá do deserto ao Líbano, e do Grande Rio Eufrates, a toda a terra dos hititas, até o Mar Grande, no oeste” (Js 1.3,4). As fronteiras dos sonhos de Josué deixariam de ser medíocres.
Quando nos comprometemos com o Reino de Deus, começamos a pensar grande. Deixamos de ser um povo que pensa pequeno, com sonhos mesquinhos, para ter as fronteiras dos nossos sonhos expandidas pelo próprio Deus!
Tenho grande admiração pela história de John Wesley, pregador inglês do século XIX, por sua visão extraordinária. Observe a agenda de estudos deste homem:
• Segundas e terças – Grego, história romana e literatura
• Quartas – Lógica e ética
• Quintas – Hebraico e Árabe
• Sextas – Metafísica e Filosofia Natural
• Sábados – Composição de oratória e Poesia
• Domingos – Divindade
Ele ainda encontrava tempo para estudar francês e Matemática, além de conduzir experimentos em Ótica!
Contudo, John Wesley pregou durante toda a sua vida uma média de 3 sermãos por dia, durante 54 anos, perfazendo um total de 44.000 mensagens. Viajou no lombo de um cavalo 320.000 km, ou cerca de 8.000 km por ano. Publicou um comentário de 4 volumes sobre a Bíblia, um dicionário de inglês, 5 volumes sobre filosofia, 4 volumes sobre história da igreja, livros de gramática inglesa, hebraica, francesa e grega. Escreveu 3 volumes sobre música clássica, e o seu jornal que no final da sua vida totalizou 50 volumes!
Ao ler isso sinto até vergonha! Mais ao final da sua vida a igreja Metodista era a segunda força dentro do protestantismo no mundo, e a maior igreja evangélica dentro dos EUA no século XIX. Isso tudo aconteceu no período de uma vida! Parece que o que falta em nossa sociedade hoje são homens e mulheres com esse calibre de luta!
Necessitamos de gente que saiba sonhar de novo. Precisamos de pessoas...
• ...cujo maior aplauso venha de Deus;
• ...cujo exemplo seja uma inspiração;
• ...que amem mais a humildade o que a propaganda;
• ...conhecidos e amados no céus;
• ...conhecidos e temidos no inferno!
Ora, se o mundo do cego é limitado pelos olhos que não vêem e o do ignorante pelo conhecimento que não possui, o mundo do medíocre é limitado pelos sonhos que não possui.
Uma geração pobre não é aquela sem riquezas, e sim aquela que não possui homens e mulheres que saibam sonhar. Uma das maiores tragédias de nossos dias é a falência dos sonhos e ideais...
Somos uma geração de brinquedos caros, mas de alma vazia, sem causas para defender, sem qualquer projeto pelo qual valha a pensa morrer. Tornamo-nos homens e mulheres voltados apenas para nossos empreendimentos sociais.
Gostaria de ajudar as pessoas a expandirem as fronteiras dos seus sonhos. Assim como na vida de Josué, Deus quer fazer grandes coisas de nossas vidas, mas quantas vezes trocamos os sonhos e projetos de Deus, que são eternos, por aquilo que passa como a neblina da manhã.
3. QUANDO ABRAÇAMOS A CAUSA DO REINO, NENHUM INIMIGO É INVENCÍVEL
Deus chamou Josué e disse: “Ninguém conseguirá resistir a você todos os dias da sua vida”.
Um inimigo é um perigo não pelo que ele possa fazer a mim, mas pelo que eu faço a mim mesmo diante dele. Como disse o filósofo: “não importam o que fazem comigo, mas o que eu faço com o que fazem comigo”. Seremos derrotados quando permitirmos que o medo e a hesitação se apoderem de nós. Ninguém poderia resistir a Josué por causa do ideal que ele abraçara e por causa do Deus que estava por trás desta causa.
Alguns homens que abraçaram o ideal de Deus:
ORLANDO BOYER, autor do livro: Heróis da Fé, quando completou 70 anos a missão americana o aposentou compulsoriamente e o enviou a um asilo de missionários nos EUA. Quando sua esposa faleceu ele solicitou a missão americana enviasse as despesas com o funeral. Ele levou o corpo de sua esposa até a funerária, deu-he um beijo na testa e saiu. Dois dias depois, o corpo ainda permanecia na funerária, que sem saber o que fazer, ligou para a Agencia Missionária, que informou que já havia enviando o dinheiro do funeral, mas que não sabia onde estava o marido! Finalmente descobriram que com o dinheiro do enterro, Orlando Boyer comprou uma passagem para o Brasil e quando foram procurá-lo ele já estava em Pindamonhangaba traduzindo livros para o português!
ROBERT MOFAT, passou 29 anos traduzindo a Bíblia para uma tribo Africana;
DAVID LIVINGSTONE, Médico inglês, explorados da coroa Britânica e Missionário no coração, se embrenhou no interior da áfrica para cuidar de tuberculosos. Já velho, o seu corpo foi encontrado ajoelhado ao lado da sua cama na manhã do dia 1º de maio de 1873. Os africanos, depois de arrancarem o seu coração com um punhal, disseram: “os ingleses podem levar o seu corpo de volta para a Inglaterra, mas o seu coração pertence aos africanos”. E ali, sob uma árvore, abriram um pequeno buraco no chão e enterraram o coração de seu querido missionário.
CONCLUSÃO
Quando abraçamos o ideal de Deus seremos bem sucedido em tudo o que fizermos, pois essa é a verdadeira prosperidade. Até as coisas mais simples que fazemos Deus está por trás delas. Conta-se que em uma pequena cidade no interior da Inglaterra, chamada Rochesterum homem que pouquíssimas pessoas ouviram falar, chamado John Egglen, observava por detrás da janela da sua casa uma grande nevasca que estava caindo. Ele estava sem a mínima vontade de ir ao culto, mas sendo um presbítero da igreja, e sabendo que o Pastor morava longe da igreja e devido a nevasca possivelmente não conseguiria chegar ao culto, pensou: Sou um presbítero da igreja e preciso ir pelo menos abrir a igreja para algum crente que tenha coragem de enfrentar essa nevasca. Alguns irmãos foram a este culto, mas não havia ninguém para pregar naquela noite, então John se sentiu na obrigação de pregar, mas ele não sabia pregar e a sua mensagem foi monótona e redundante, tudo o que ele conseguia dizer era: “Olhe para Jesus, olhe para Jesus, olhe para Jesus”.
Acontece que estava ali um adolescente de 13 anos e essas palavras entraram como uma flecha no seu coração. Ele olhou de fato para Jesus, e entregou-lhe a vida ali mesmo. O nome desse adolescente era Charles Spurgeon, considerado hoje como um dos maiores pregadores que a história do cristianismo já conheceu, chamado de “o príncipe dos pregadores”.
Quando abraçamos a causa do Reino de Deus, o próprio Deus se torna nosso companheiro: “...pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar” (Josué 1.9). Disse Jesus: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos”.

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